Focar na vida do outro, por meio das redes sociais, pode afetar a autoestima?

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Focar na vida do outro, por meio das redes sociais, pode afetar a autoestima?

O uso abusivo ou compulsivo das redes sociais, pode sim, influenciar, ou até mesmo desorganizar emocionalmente algumas pessoas. Tal fato, ocorre, porque, tanto as identificações como as projeções, são frequentes em todas as relações.

Antes de contestar ou julgar, como negativo ou positivo, o uso das redes sociais, acredito ser importante considerarmos, que o universo tecnológico, tem um grande valor no mundo atual e, que nós podemos escolher de que forma faremos parte deste mundo.

O mundo globalizado, traz informações que nos aproximam e, este fato, na minha opinião, é muito favorável à nossa evolução. Nos comunicamos com rapidez e objetividade rompendo as barreiras de distâncias geográficas, onde podemos, inclusive, impedir que pessoas ou grupos fiquem isolados e desamparados. A prontidão nas informações, nos coloca ciente de tudo em tempo real, o que nos possibilita, lutar por causas coletivas e impedir covardias silenciosas contra uma pessoa ou comunidade. Da mesma forma, o mundo virtual, pode ser um convite ao contrário, ao isolamento, a permissão de abusos e ao distanciamento da realidade. A pessoa desorganizada emocionalmente, pode se misturar e, até se apropriar de histórias que vê nas das redes sociais. Diante destes dois extremos, podemos citar algo fantástico e que nunca sai de moda; é um dos ensinamentos de Budha, sobre o caminho do meio: “Controle os impulsos do desejo e os impulsos da aversão e experimente a equanimidade”. Como estudante de tais ensinamentos, entendo que esta frase quer dizer, que não devemos rejeitar e nem se apegar a nada, e sim, fazer um bom uso de tudo, de forma consciente para que, as nossas ações, estejam sempre à serviço da liberdade e felicidade de todos.

Saber para onde se quer ir, ou seja, ter um senso de direção e intenção, é outro ponto importante para se relacionar com as redes sociais, pois, nos torna seletivo na hora de escolhermos a quem seguir e o que compartilhar. Segundo um ensinamento de Lao Tse, um grande mestre taoista, “ quando não sabemos para onde ir, qualquer lugar serve”. Logo, se eu estou desconectada do meu propósito, corro o risco de distorcer as minhas sinceras intenções e, neste caso posso me expor ou expor pessoas ultrapassando os limites da liberdade.

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Outro ponto interessante é a relação de compulsão com as redes sociais. Permanecer muito tempo observando o que se passa na vida de outras pessoas, pode nos levar ao descaso ou a desqualificação com a nossa própria vida, afetando inclusive, a nossa autoestima. Algumas pessoas podem se deixar influenciar por cenários altamente positivos, exibidos através de fotos e comentários, se comparando, algumas vezes, de forma cruel com um contexto, que pode ser imaginário e, começar a sofrer por isso. Sabemos que nenhuma emoção é estática. Felicidade e sucesso não permanecem para sempre. Só em fotos.  Imagine quantas coisas uma pessoa poderia fazer, por ela e para ela, se utilizasse para si o tempo dedicado às redes sociais?

Sugiro, portanto, que cada um se mantenha atento a tudo que existe ao seu redor. Que note o que está ao alcance das próprias mãos para ser tocado, ao alcance dos olhos para ser visto, ao alcance das narinas para ser cheirado e, principalmente, que note, quem está ao lado para que ideias e experiências sejam trocadas e, aí sim, a vida pulsa e a lei da qual não podemos fugir que é chamada lei da MUTAÇÃO será respeitada.

Finalmente, gostaria de ressaltar, que temos um mundo interno e externo para equalizar. Como conquistar o equilíbrio entre estes dois mundos?

É simples: conviva, desfrute e se encante com estes dois mundos e descubra o “caminho do meio”.

Sonia Passos

 

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