A importância do convívio familiar na prevenção da depressão

Sinceridade no coração e contemplação de retidão!
29 de março de 2019
Evento Social- Aconteceu em 09/06/19.
25 de junho de 2019

A importância do convívio familiar na prevenção da depressão

Com o avanço da tecnologia, os indivíduos têm se isolado continuamente em um mundo abstrato, repleto de informações, onde até é possível interagir, mas em um nível virtual, que acaba não suprindo as necessidades mínimas de acolhimento e pertencimento a um grupo social ou familiar. Nesta semana fizemos algumas perguntas ao psicólogo Dr. José Dilson sobre qual é o papel da família no combate ao isolamento, que pode levar, inclusive, à depressão.  Confira:

Qual é a importância do convívio familiar?

Todo convívio familiar pressupõe uma relação de afeto, sendo extremamente importante porque gera laços duradouros onde cada um é uma extensão do outro. Quando não há uma relação, esse convívio fica defasado, afetando a forma como os filhos aprendem relações sociais, regras e condutas.

A ausência de convívio pode gerar, também, dificuldade para se relacionar com pessoas no convívio social. Conviver com os familiares contribui muito para que o indivíduo possa conviver com as pessoas que são diferentes quando abrirem relações para o mundo.

Há uma relação entre depressão infantil e a falta de momentos familiares?

Sim, todo ser humano é um ser de relação, então, se a criança não se sente integrada dentro dessas relações familiares, ela tende a desenvolver um sentimento de abandono, se sentindo rejeitada, sentimento que contribui diretamente para a depressão.

Por isso, é importante que haja momentos de lazer e convivência onde cada um possa se sentir integrado ao outro.

Se a família não propicia aos membros esse momento de acolhimento e convivência, de afeto e laços firmes e harmônicos, vai isolando, hierarquicamente, os componentes e isso tende a estimular a depressão na criança.

O convívio pode gerar atritos? Há uma maneira de melhorar isso?

Todo convívio pressupõe atritos, porque se existem pessoas diferentes, com sentimentos diferentes, há algum atrito.

Tratando da questão da convivência familiar, eu vou citar apenas duas maneiras de melhorar esse relacionamento e superar os atritos; primeiro, é preciso ter contato de afeto; o afeto é fundamental – como diz Freud, “a afetividade é fundamental, porque laços sanguíneos não são suficientes para manter essas relações harmoniosas”. Ou seja, não basta ser pai, mãe, irmão, para não entrar em atrito; Segundo, que eu acho fundamental, é o diálogo. Entre os pais – entre eles próprios, inclusive – e os filhos, abrindo uma relação dialogal. É preciso falar sobre os problemas, sobre as dificuldades; atualmente, fala-se muito, mas dialoga-se pouco. As famílias não dialogam, então é fundamental que o afeto e o diálogo façam parte dessas relações.

A tecnologia pode contribuir pro afrouxamento das relações familiares?

Sim, o grande problema dela é que a tecnologia aproxima pessoas, mas não os corações. Então, a dificuldade é que há uma grande aproximação de ideias, mas nenhuma relação de corações. Muitos momentos de brincadeiras, por exemplo, que aproximavam irmãos, deixaram de existir. Os momentos lúdicos, com contatos físicos e relações de afeto, não existem mais – como exemplo, o pique-pega –

enquanto os jogos eletrônicos ganham espaço.

Nesses jogos, cada membro da família se isola no seu equipamento, criando uma pseudo interação, em que muitas vezes, pessoas no mesmo espaço estão conversando por meios digitais.

Desta forma, a tecnologia trouxe um prejuízo para a relação familiar, onde você tem essa falsa sensação de que está se aproximando, mas na verdade está se afastando dos demais.

Se você gostou do conteúdo, deixe sua opinião no campo abaixo e compartilhe nas redes sociais!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *