Acordar cedo, dormir tarde, se alimentar mal, estabelecer metas e mais metas para alcançar sempre alguma coisa, tem sido comum nos dias de hoje. Nem sempre percebemos e, muitas vezes, nos deixamos levar por uma rotina de vida baseada em excessos, que acabam afetando a nossa saúde física e mental.

Nossa psicóloga e diretora Sonia Passos, sugere dicas e fornece sugestões importantes para conectarmos mente e corpo e, com mais consciência, avaliarmos as nossas reais necessidades, eliminando esses excessos.

1- Evitar o estresse crônico é possível.

O ser humano não é uma máquina e cada um possui a sua particularidade. De acordo com Sonia, o primeiro ponto é saber que cada um pode desenvolver uma relação de intimidade com o seu corpo. “A nossa sociedade exige, que a gente viva nos pensamentos e na mente , de tal forma que nos esquecemos que o corpo sente, tem sabedoria e inteligência que vão além das palavras. É importante perceber as mensagens que esse corpo nos envia, e ela vem por meio dos sintomas que se manifestam fisicamente”.
Para Sonia, o que se chama de excesso, pode ser sentido pela resposta de cansaço do corpo que geralmente não é ouvido. “Na nossa busca, a necessidade de fazer coisas, que nem sempre nos realiza, geralmente, está relacionada a um modelo cultural ou social. Muitas vezes, esquecemos de olhar para dentro, para atender às expectativas, modelos e padrões impostos fora de nós. Podemos notar que estamos no excesso quando paramos de sentir, de perceber as nossas necessidades e, principalmente, de nos cuidarmos”.
O ESTRESSE CRÔNICO afeta diretamente a qualidade de vida e, segundo Sonia, é possível evitá-lo. “Manter o corpo em permanente estado de alerta,ou seja, em atitude de ‘luta’ ou ‘fuga’, provoca o estresse crônico. A conquista é algo que faz parte da nossa natureza, mas não podemos transformar isso em uma luta diária, devendo, portanto, evitar sobrecargas ou atitudes de autossuperação no dia a dia. Reservar na rotina um tempo de silêncio, de recolhimento, para ficar a sós, numa relação de intimidade, é uma atitude de autorrespeito e nosso corpo e mente agradecem.
Vivemos numa sociedade que é marcada pelo consumo; estamos sempre em busca de obter, fazer ou participar de alguma coisa. Ficamos distantes e esquecidos de nós, desejando sempre algo novo, que denominamos como ‘necessidades’. Estabelecer a diferença entre necessidades e desejos, nos ajuda a reduzir a ansiedade e frustração”. O desafio, portanto, é nos mantermos em plena consciência para não nos perdermos de nós num mundo competitivo, marcado pelo “ter” em detrimento do “ser”, afirma.

2- Quais práticas são recomendadas para uma rotina saudável?

Sonia fala sobre as práticas que estimulam o realinhamento da mente com o corpo. “A prática principal é a atenção plena; programas de mindfulness ajudam as pessoas a incluírem nas suas rotinas práticas de atenção plena, gerando benefícios que aumentam o foco e concentração, reduzindo a agitação da mente”.
Uma recomendação realmente importante é aprender a respirar, mas não apenas respirar; é preciso respirar consciente.
Sonia diz que respirar “é o nosso maior remédio” e, por isso, a respiração consciente, nos leva a perceber com clareza todos os nossos movimentos e assim, estaremos aptos a viver com atenção no “aqui e agora”, evitando excessos em nossa vida.

3- Outras atividades que podem fazer a diferença:

A prática de Yoga , meditação , Tai Chi Chuan , QI GONG, são práticas que ativam o corpo, relaxando a mente, regulando o fluxo das nossas emoções.
A ansiedade generalizada é um dos transtornos mais encontrados no mundo moderno e, quando você desenvolve uma prática que trabalhe a respiração como o eixo de integração entre o corpo e a mente, a fim de manter alinhado o fluxo das emoções, é possível experimentar um estado de paz e presença. Ao contrário, partimos para a recompensa cerebral, cometendo excessos como o consumo de alimentos que alteram nosso metabolismo, uso abusivo de álcool, drogas, sexo etc., que funcionam como rota de fuga, causando prejuízos severos a nossa saúde.
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